sábado, 21 de março de 2015

NOVOS RUMOS PARA A EDUCAÇÃO


Este blog é resultado do trabalho realizado na disciplina de Tópicos Gerais da Educação, da Universidade Católica de Santos, do primeiro semestre de 2015.
Esta primeira postagem diz respeito ao estudo do texto Uma Nova Educação Para Uma Nova Era, de Carlos Seabra. Realizamos uma leitura crítica de um recorte do texto, proposto pela professora Maria Cristina Pinto Tuzzolo Vidaller, conectando as ideias nele contidas com o debatido em sala. Além disso, incluímos a nossa vivência escolar como pauta, bem como algumas ideias de perspectivas de mudança.
O primeiro parágrafo sugere que todo físico nuclear deveria ler todos os artigos publicados sobre o assunto, desconsiderando que existem especialidades dentro da física nuclear. Mesmo assim, o autor dá a entender que há muito mais informação disponível frente a nossa capacidade de compreensão.
Relacionando a introdução do texto com o debatido em aula, constatamos a desconexão entre duas gerações (alunos e professores). Os alunos desse novo século nasceram imersos na era da informação, onde não é difícil encontrar respostas rápidas para as mais variadas questões que surgem no dia-a-dia. Já os professores, talvez sua grande maioria, ainda pensam e agem como nos anos de suas formações. Dessa forma, o professor oferece uma aula expositiva, carregada de “novas informações”, na qual o aluno não vê algo realmente novo, necessário. Nossa turma, durante o debate com a professora Cristina, pensa que o professor deve servir de meio para uma reflexão consistente sobre as informações relevantes de cada disciplina, e não apenas apresentá-las como algo novo.
Na primeira parte do texto, Seabra fala sobre do advento da estocagem eletrônica de informação. Essa informação, como debatido em sala, deve ser facilmente localizada e ser habilmente transformada em conhecimento pelo aluno, por meio da presença ativa do professor.
A seguir, surge a ideia de que o aluno deve aprender a aprender. O cenário econômico atual, onde o valor da criatividade e da inovação supera o produto em si e o trabalho em si, lança para a escola uma função mais nobre que a simples transmissão do pensamento. Além de passar a informação e facilitar a transformação desta em conhecimento, a escola deve proporcionar meios de o aluno aprender a aprender, aprender a selecionar o que deve aprender para aperfeiçoar a sua criatividade e espírito inovador.
Algo também debatido em sala foi a questão do ambiente escolar. As escolas, talvez a maioria delas, parecem bastante com prisões ou cartórios de notas, o que não estimula positivamente a aprendizagem do aluno de hoje. Este aluno talvez fosse mais motivado a aprender num ambiente mais aberto, menos quadrado, mais tecnológico, mais próximo da realidade agitada que os alunos vivem hoje.
Referente ao ambiente tecnológico, temos que usá-lo de forma eficaz. Mais vale o aluno aprender profundamente poucos assuntos que aprender vários tópicos precariamente. A tecnologia deve ser usada para aprofundar o conhecimento, não para aumentar a carga e diminuir a profundidade.
         O computador pode ser utilizado como ferramenta, dentro da sala de aula, para facilitar a formação do senso crítico nos alunos, desde de que o professor o utilize de forma adequada. Por meio de ferramentas de simulação, concordamos com Seabra que o aluno possa internalizar o conhecimento com maior compreensão. Dessa forma, o professor deve trazer da simulação as analogias e reflexões à vida real, ao cotidiano do aluno, encorajando o diálogo e a observação do processo de aprendizagem.

6 comentários:

  1. Como aluno e instrutor: meu breve contato com a Educação
    Como aluno, com relação à questão do choque de gerações, não tive problemas porque me considero parte desta turma que já nasceu com a informática, mesmo vindo a ter internet em casa a partir dos quinze anos de idade. Hoje tenho 29 anos.
    Penso não ter problemas com o excesso de informação. Ela nunca será demais! Porém, com certeza, pelo prisma subjetivo, o professor pode identificar quando esse excesso auxilia ou ofusca a clareza das buscas do aluno.
    Nos cursos técnicos que fiz, pelo enfoque prático, o uso da tecnologia disponível se deu como ferramenta de aprofundamento do conhecimento. Os professores, em geral, fizeram como se segue as ideias do texto de Seabra e do debatido em sala.
    Já na questão do ambiente escolar, meu ensino fundamental foi numa escola municipal que havia sido um grande casarão. O pátio era grande, as sala amplas com muitas janelas. Gostava do ambiente. Mas, no ensino médio, realmente, os corredores eram apertados e as salas de aula pareciam prisões, principalmente pelo formato das janelas. Já nos cursos técnicos, o ambiente era muito agradável. A biblioteca ficava ao lado de um grande jardim arborizado que favorecia a reflexão e o estudo. Já na Unisantos, o ambiente é mais parecido com escritórios, não havendo espaços que favorecem a interação. É um ambiente “mais sério”.
    Como instrutor, tive quatro turmas de informática. Durante essa experiência, penso que o mais interessante foi sempre a tentativa de contextualização dos temas com a realidade de cada um. Passei pelo problema das gerações diferentes, já que tive alunos na casa dos cinquenta. Enfrentei com paciência essa questão, visto que o ritmo de aprendizagem deles era notoriamente mais lento que o dos mais novos.
    Pelo que vivi até então, penso que o educador precise ficar atento para essas questões: aprofundar o conhecimento; mediar a busca de novas informações; fomentar o debate e a interpretação crítica e reflexiva da informação; e propor atualização dos espaços escolares.
    Ricardo Winter Albernaz

    ResponderExcluir
  2. "Reforço" um verdeiro "Esforço"
    Com o intuito de desenvolver-me como professor , resolvi ministrar aulas de reforço escolar nos anos de 2000 e 2001, após estudar 7 anos na Escola de Línguas Fisk, uma vez que meu objetivo era a Licenciatura em Letras (Língua Portuguesa e Inglês).
    Sendo assim então, passei nas classes de 6ª e 7ª serie divulgado o projeto, em 3 dias foi formado 2 classes com 4 e 6 alunos respectivamente, e assim iniciou uma experiência única que ficaria registrada em minha vida.
    Todas as terças e quintas no período da tarde nos reuníamos, eu um jovem estudante concluído o ensino médio postulando uma vaga na Universidade com seus 16-17 anos, eles, crianças entrando na adolescência, buscavam todos os mesmo objetivo compreender o "verbo to be", que por sinal muito mal aplicado nas escolas estaduais no inicio do século XXI.
    Iniciamos então nossas aulas tentando esclarecer a aplicação do ser e estar, eles com medo de "repetir de ano" , atentamente prestam atenção com seus olhos arregalados para explicação, e suas canetas que se movem freneticamente, porem um deles me chama atenção, um jovem cabes baixo, ao contrário de todos tem uma lápis já pela metade e uma borracha que estar por acabar.
    Ao termino da aula, procuro e questiono o jovem Luiz o motivo de estar assim, ele me relata suas dificuldades familiares, e também a ofensa moral que receberá no dia anterior de seu vizinho, dizendo que "ele nunca seria ninguém". Durante os anos de 2000 e 2001 trabalhei não somente a Língua Inglesa, mas principalmente sua motivação.
    No início do século XXI , o ensino estadual , passava por uma transformação, com as escolas de verão e progressões continuadas, onde os alunos não tinha maus a obrigatoriedade de estudar para ser aprovado, e o fator principal do professor que era ensinar se tornará secundário.
    Logo meu objetivo era despertar nos alunos o interesse pelo saber, e transformar uma disciplina "chata" em algo agradável e útil para o dia a dia, tentando trazer para eles novos rumos para o conhecimento.
    Todos os alunos que no 1º e 2º Bimestre sofreram com suas notas vermelhas conseguiram graças aos seus esforços , serem aprovados , e não somente passar para o ano seguinte sem ter que estudar durante as férias de verão, mas sim fizeram da Língua Inglesa, sua 2ª língua.
    Vocês se recordam do jovem Luiz? Ele também foi aprovado, e acredite com as melhores notas da classe e anos mais tarde entraria na escola técnica e mais tarde na Universidade Pública, após tantos anos não sei mais por andas, mas acredito que hoje ele é um profissional melhor e principalmente um homem que acredita em seu potencial.
    Dar novos rumos para educação é sobretudo praticar a maiêutica de Sócrates, “dar a luz” a um parto intelectual, de jovens que a cada dia mais se tornam mais alienados , presos em suas verdades.
    José Tadeu C. Vieira

    ResponderExcluir
  3. Reflexão sobre o ensino: professores de ontem, crianças psicologicamente diferentes para o saber e o exemplo de casa
    COMO ALUNA ATÉ A 4ª série do Ensino Primário, possuía dificuldades para aprender. Porque trazia comigo grandes problemas pessoais (familiares), que como criança, no ESTÁGIO OPERATÓRO CONCRETO, não sabia filtrar ou mesmo entender.
    Também percebi que meu perfil não era tolerado por alguns professores. Não havia paciência da parte destes. Talvez, porque naquela época, a preparação do educador era mínima. Ainda era o tempo do magistério sem a obrigatoriedade do Ensino Superior para lecionar.
    Nesse mesmo ano, a professora (ainda me lembro: mulata, obesa, havia muita papada em sua face; o cabelo parecia que fora enrolado com bobes, era da altura dos ombros, de cor castanho acobreado) escarniava das minhas avaliações de frente para toda classe. É, eu não captava as disciplinas básicas! Não conseguia assimilar!!!
    No entanto, a mesma pessoa que me envergonhava diante dos meus colegas do primário, também me fez acreditar que tinha algum (mínimo) potencial em redação. Certa vez, ela pegou um texto que eu havia escrito – valendo nota – e disse em alto tom que eu levava jeito para escrever: “Apesar de ter que melhorar”. (Será que foi por isso que escolhi COMUNICAÇÃO SOCIAL, minha primeira faculdade?) [risos].
    Enfim, ganhei confiança e mudei minha atitude no ginásio (Ensino Fundamental). Era mais participativa. Olhava para as pessoas, para o alto, os lados. Queria FAZER PARTE. Ao chegar ao Ensino Médio já estava apaixonada pelos estudos. Até os dias de hoje.
    Ao ingressar no Ensino Superior, anos mais tarde, a insegurança tentou voltar. Lutei contra isso durante os primeiros meses. E já engatei em estágios fora e dentro da Instituição.
    Preciso relatar que é importante, diria, primordial que o aluno queira muito aprender, envolver-se. Porque a escola pública (a aplicação das disciplinas, os professores sem motivação) é fraca. Percebi que sabia pouco ou nada no vestibular. Principalmente nas áreas de exatas. Dentro da minha sala haviam pessoas mais velhas e melhor preparadas que eu.
    Concluo que todo o preparo de um indivíduo para a vida escolar deve começar em casa. No sentido de exemplos e incentivos para com a criança. A mesma se torna uma ótima ABSORVIDORA do saber.
    Juliete França (Juli)

    ResponderExcluir
  4. Interesse do aprendizado
    Caro aluno, em minha vida escolar até o último ano do ens. Médio, eu ainda não tinha decidido o que fazer da vida. Nas aulas durante minha vida escolar eu nunca tive interesse, porque até então era posto em tese assuntos que não eram de meu interesse, propostas de aula “arcaicas” que em um mundo contemporâneo, não desperta interesse algum no jovem.
    Ano passado, tive um professor de filosofia, chamado, Rafael. Este veio com propostas de aulas interessantes fazendo de aulas “maçantes”, tornando-as interessantes, trazendo o aluno para a “roda”, fazendo de um aluno desinteressado busque nos temas das propostas uma resposta em si mesmo, fazendo com que o aluno use o raciocínio, uma reflexão, um argumento claro, racional.
    Creio que as propostas de ensino precisam de uma reformulação, o mundo muda, às coisas mudam, a educação muda. Oque precisamos são de novos rumos para a educação! E como conseguiremos isso? Essa é a proposta desse blog, buscarmos juntos esta nova era educacional.
    Carlos Henrique M. dos Santos

    ResponderExcluir
  5. Reflexões da minha vivência como aluno e atuais impressões
    Como retornei recentemente ao ambiente da sala de aula, após um longo período, observo, que independente do avanço significativo dos meios tecnológicos para emprego no processo pedagógico, o principal dilema da Educação continua sendo o mesmo: Como provocar no educando, o interesse pela apreensão e seleção de conteúdos através de uma reflexão, racional e bem orientada?
    Anteriormente, a figura do professor, se impunha por ela própria, sua autoridade e saber, dificilmente eram questionados, desta forma, o ensino trafegava por uma via direta, verticalizada, onde o conhecimento era transmitido de cima para baixo, dentro de prédios com uma arquitetura sóbria, onde as cores das paredes da sala de aula, eram no tom cinza claro, imprimindo ao ambiente um certo ar de tristeza, somente mais tarde o tom bege, sucedeu esta aberração, trazendo um pouco mais de alegria e leveza.
    As pesquisas eram realizadas em livros, jornais e revistas em consultas às bibliotecas ou no acervo restrito de algumas famílias, que tinham condição de adquirir as famosas enciclopédias “caríssimas à época”.
    Porém, a despeito de tudo isto, independente do tempo onde se deseje analisar a educação, me parece claro, que o elemento humano, neste caso o professor, continua sendo o motor principal, a ignição capaz de produzir no aluno, um espanto, que possa demovê-lo de seu lugar comum, provocando pensamentos e questionamentos, para a reformulação de idéias e conceitos, tornando-o, quem sabe, um ser mais equilibrado, diante de um Mundo, onde o medo e a pressa, tem atuado de forma bastante expressiva.
    Preparar o futuro professor, com esta dimensão de consciência, onde ele próprio seja capaz de perceber e valorizar sua importância dentro deste processo, chamado Educação, pautar a necessidade de sua atualização constante e seu envolvimento com as várias mídias, que servem para emoldurar o conhecimento e despertar a atenção dos alunos, desenvolver sua sensibilidade em relação ao outro e acima de tudo, gostar de gente, ao meu ver, é o grande desafio desta agenda, sempre atual e dinâmica, tal como requer os anseios evolutivos da própria sociedade humana.
    Por mais importância, que os recursos tecnológicos, possam agregar ao processo da Educação, a sensibilidade, o olho no olho e a boa vontade para realizar, sempre terão seu lugar de destaque nas relações humanas, pois como dizia, Charles Chaplin “Vós não sois máquinas, homens é o que sois”.
    Maurício Pereira Casasco

    ResponderExcluir
  6. Um minuto: para um olhar profundo
    Vivenciei uma dificuldade de um filho no primário, para se imergir na escrita e na leitura. Observando o ensino das professoras e as tentativas da escola afirmo; que jogam sobre as crianças conteúdos excessivos e um modo de ensino antiquado totalmente defasado.
    O mundo de hoje altamente desenvolvido com várias teorias de dificuldades de desenvolvimento escolar, não percebem que tem que haver um olhar para cada tipo de criança e esboçar um método que melhore e as conquiste ou estimule no aprendizado atual.
    Hoje dá-se uma maior facilidade e resultados notórios pelos meios da tecnologia. Contesto o ensino formal de ditados, cópias e etc. Por meios de jogos do computador e games vi um modo de ajuda-lo na escrita e na leitura com bons resultados.
    Rosimeire Gomes Lima Trigo Lopes

    ResponderExcluir